quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Por que diminuir o Consumo de Carnes

Posted on 12:23 by Marla Costa

Hoje me perguntaram por qual motivo eu estava diminuindo o meu consumo de carnes (o qual já era pequeno). Finalizaram o questionamento com um: "Vai virar uma dessas vegetarianas que tem pena dos bichinhos?"
Minha resposta foi clássica: "Não vou virar vegetariana, e se eu tenho pena ou não dos bichinhos não vem ao caso."
Acabei por lançar esse papo no twitter e acabei por receber diversos Retweets e acabei também por me entusiasmar com o assunto e resolver postar algo aqui.

Eu não quero levantar uma bandeira pró-vegetarianismo, até por que eu odeio radicalismos. Mas quero levantar uma bandeira pela diminuição no consumo de carne. Isso por que eu creio na Evolução e admito que as espécies mais bem adaptadas serão as que permanecerão vivas. E, pra mim, adaptação é "saber viver" os mais diferentes aspectos.
O homem é um animal como qualquer outro. Porém aprendeu a viver em comunidade e criou a sociedade. E é nesse habitat que o homem vive. Em meio à natureza, pessoas, política, economia e revoluções industriais. Ou seja, ser bem adaptado, para o homem, é saber que não se sabe o dia de amanha e se deve estar pronto para tudo.
Assim eu explico a minha aversão ao radicalismo do vegetarianismo. Se fomos feitos onívoros, há algum motivo para isso. Em meio às modificações que o home tem feito na natureza, é de se esperar que não se sabe O que esperar.

Mesmo assim, ainda sou a favor da diminuição do consumo de carne e eis alguma explicação (ou algumas explicações).

Desmatamento da Amazônia:
Desmatamento da Amazônia? Sim! o nome disso é Pecuária.
No Brasil, o tipo principal de Pecuária existente é a extensiva. Nesse tipo de pecuária, o gado é criado livre em grandes extensões de terra, sem grandes cuidados com o solo, se alimentando principalmente de vegetação forrageira. Essa é uma das mais importantes diferenças entre o gado nacional e o internacional. Graças a esse hábito de alimentação com plantas é que o Brasil se livrou da crise da vaca louca - doença provocada por uma proteína modificada encontrada em restos mortais de animais com a doença (os animais infectados eram queimados e o pó-de-osso era dado aos animais sadios como complementação da ração).
Quanto mais carne se come, mais o mercado da pecuária se fortalece e assim criam-se oportunidades de expansão desse tipo de produção, o que acarreta desmatamento de vegetações naturais, especialmente na amazônia, para pasto.
Cerca de 70% da degradação da amazônia é responsabilidade da pecuária.

Além disso, a pecuária também acaba sendo usada para burlar a titulação de terras públicas, em uma tentativa de demonstrar que há atividade econômica em áreas que, na realidade, foram griladas.
Ou seja, não é só uma questão de relação da natureza, é também uma questão política. A pecuária é utilizada como forma de burlar crimes!


Poluição da água:
Os dejetos produzidos com a criação de animais são jogados em rios ou corregos e assim são levados ao mar, dando inicio ao um processo de EUTROFIZAÇÃO.
Eutrofização é, basicamente, o acúmulo de material orgânico na água, levando à proliferação excessiva de algas, que ao entrarem em decomposição levam ao aumento do número de microorganismos e a consequente diminuição de oxigênio, deixando a água ácida, deteriorando a qualidade da mesma. Ou seja, ela se torna poluída.



Além disso, há a questão da utilização de grãos para complementar a alimentação dos animais. Se os mesmos grãos fossem utilizados para manter pessoas, não haveria fome na África.
Sem falar nos maus tratos que os animais recebem. Galinhas e demais aves têm os bicos cortados para evitar o canibalismo (imaginem que o canibalismo em situações naturais não existe nessas espécies).
Ainda há a descartalização de animais que não vão "vingar". Na verdade são animais que nascem com algum defeito ou doença, que , às vezes, pode ser tratada. Mas é mais fácil simplesmente descartar os animais, ou o "refugo", como se diz no meio produtivo.

A carne de Vitela, ou Baby Beef:
A carne de Vitela é também conhecida como BABY BEEF. É conhecida pelo fato de ser clara e muito macia. Mas o que pouca gente sabe é como essa carne chega ao prato.
Esse tipo de carne é do bezerro macho ainda não desmamado. Assim que nasce, ele é afastado da mãe e colocado em um esppaço mínimo onde não poderá se movimentar e para que assim, não crie músculos e a carne seja tão macia. Eles passam meses nesses pequenos locais com uma dieta para ganho de peso, porém o alimento não é o leite materno. O ferro, mineral essencial para a vida, é retirada da dieta deste animal, tornando-o anêmico, na verdade o animal só recebe ferro suficiente para que não morra até o dia do abate. Assim a carne obtida é uma carne branca e macia.
A alimentação fornecida é líquida e extremamente calórica, fazendo com que engordem. Nenhum outro tipo de alimentação é dada, nem mesmo água.
Quando foi percebido que o animais ficavam agitados e criavam úlceras, os produtores aprenderam que apagar as luzes faziam com que se acalmassem.

Os animais são abatidos com cerca de quatro longos meses de vida.

É certo tanto sofrimento para a satisfação de um luxo ao paladar?


Se eu fosse me extender aqui em relação aos direitos dos animais, eu não terminaria tão cedo. E eu nem gostaria de me prolongar nisso, afinal esse sempre foi um ponto de bastante debate entre eu e os vegetarianos de plantão.

Enfim, a questão não é deixar de comer carne. E sim diminuir esse consumo.
Se todos deixassem de comer carne 7 vezes na semana e passasem a comer 3 ou 4 vezes, seria uma diminuição de cerca de 50% no consumo e consequentemente na produção.

É ou não é de se parar para pensar?

Para maiores informações sobre o assunto, acessem o site do Instituto Nina Rosa ou assistam ao filme "A Carne é Fraca". Caso vocês tenham um estômago fraco, aconselho assistir somente a primeira parte do vídeo.
Na minha opinião, o filme é muito apelativo. Mas vale a pena dar uma conferida.

Até a próxima!

1 Response to "Por que diminuir o Consumo de Carnes"

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